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Incêndio da boate Kiss completa 10 anos nesta sexta sem punições aos responsáveis

Agencia Brasil/Fernando Frazao Geral

Dez anos de uma dor que não passa. Mesma dor do dia 27 de janeiro de 2013. O incêndio da boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, completa hoje dez anos sem punições aos responsáveis. Nessa década, familiares e amigos das 242 vítimas tentam manter memórias vivas enquanto lutam por justiça. A maioria das vítimas sofreu asfixia depois de inalar gases tóxicos, liberados pela queima do revestimento de espuma instalado no local, atingido pelas chamas de um artefato pirotécnico. Mais de 600 pessoas ficaram feridas. Em dezembro de 2021, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul decidiu anular o julgamento feito pelo Tribunal do Júri. Os quatro réus do processo foram soltos. O Ministério Público chegou a recorrer. Um novo julgamento deve ser realizado, mas ainda sem data definida.

A história da tragédia foi parar no enredo de minisséries e livros. O jornalista Victor Borges escreveu sobre o caso e lançou, em 2017, a obra intitulada “Santa Maria: a Tragédia da Boate Kiss”. Foram mais de 2 anos de pesquisas, conversas com parentes, sobreviventes e investigadores. “Estava naquela fase de instrução do processo judicial ainda, não havia a data do júri. Estava começando o processo judicial. Pegamos uma fase de mergulho profundo em todas as partes do processo de mais de 20 mil páginas, com 62 volumes, algo muito denso, e, ao mesmo tempo, diretamente proporcional à tristeza que esse caso causou nas famílias das pessoas envolvidas e para todos nós que acompanhamos a tragédia”, relata.

Para o jornalista, a inversão de valores de pais perdendo filhos representa uma dor imensa que pode acontecer com qualquer pessoa. “O meu objetivo foi, primeiro, retratar uma dor que é irretratável, que é o pai perder o filho. Nós tivemos situações lá de pais e mães que perderam dois dos seus filhos. Ficaram absolutamente… numa tristeza dobrada… Se é possível retratar alguma coisa desse aspecto. A gente trouxe um pouco do que é essa dor”. Ele acredita que o livro pode servir de alerta para que outras tragédias do tipo não ocorram. “Eu vejo que houve, sim, avanço, a gente conversa com empresários, por exemplo, do setor de entretenimento, e a gente vê que, de fato, hoje, há uma dificuldade maior para concessão de alvarás de grandes espetáculos e eventos, especialmente pelo que aconteceu na boate Kiss.

*Com informações da repórter Soraya Lauand /Jovem Pan News

 

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