Esportes Geral

Liga das Nações: Brasil supera instabilidade emocional e bate a Itália

A Seleção Brasileira de vôlei feminino derrotou, nesta quarta-feira (28/6), a Itália, por 3 sets a 2. A partida, válida pela largada da terceira etapa da Liga das Nações de Vôlei, aconteceu na cidade de Bangkok, na Tailândia. Após sofrer na primeira parcial e ceder vantagem de nove pontos consecutivos marcados pelas italianas, a Seleção superou a própria instabilidade emocional para vencer a dura partida.

Esta foi a sétima vitória da equipe verde e amarela na competição, que, com a pontuação conquistada, se mantêm na perseguição pelas primeiras posições na tabela. Após duas partidas envolvendo equipes próximas ao Brasil na classificação geral (Japão x Turquia, EUA x Polônia), a Seleção, com a vitória, se aproveitou da derrota das líderes Polônia e da quarta colocada, a Túrquia, para avançar na tabela e saltar para a quarta posição.

Largada amarga

Bem estruturada no ataque e segura nas recepções, o Brasil começou bem a partida e ditava o ritmo do jogo. Através das boas combinações entre Macris e Carol, e a inteligente Rosamaria com as bombas da estreante na competição Gabi, a vantagem brasileira à frente, na metade do primeiro set, era de seis pontos, em 14 a oito. Posteriormente, a vantagem chegou a ser de oito pontos, com 20 a 14.

A Seleção, no entanto, deixava a Itália crescer e se prejudicava. Ao não priorizar a linha de passe italiana e cometer erros constantes nos saques, o Brasil ia, de ponto em ponto, permitindo a aproximação das europeias no placar. O atributo mais forte das italianas eram os bloqueios.

Até o momento do set point da primeira parcial, as adversárias tinham margem de cinco bloqueios, contra zero do Brasil. Diminuindo cada vez mais a desvantagem, a equipe tricolor entregou nas mãos da equipe brasileira a pior sequência das tupiniquins em todas as etapas da competição. Com nove pontos seguidos, a Itália, que, até então, parecia vítima de uma partida tranquila para as adversárias sul-americanas, virou o jogo no primeiro set e a fechou com surpreendente vantagem: 28 a 26.

Despertar na segunda parcial

À vontade na partida, a Itália começou a segunda parcial da mesma forma que havia terminado a primeira. Através da liderança da ponteira Villani, as européias mantinham linha alta na defesa, e desempenhavam coberturas do ataque brasileiro com maestria. Com 6 a 4 no placar do segundo set, o Brasil seguia zerado nos bloqueios, e sofria para competir com as adversárias.

Porém, batalhava, ponto por ponto, para recuperar o tempo perdido. Apesar da constante habilidade da recepção italiana, principalmente com a jovem Mazzaro, de 22 anos, a equipe de Zé Roberto Guimarães contava com os ótimos momentos de Roberta e Gabi, e os golpes começaram a entrar. Com fortes golpes cruzados, o Brasil havia, novamente, entrado no jogo e tomado a liderança no placar, e com dois pontos de vantagem, em 16 a 14.

Com investidas cada vez mais agressivas, a vantagem à frente era cada vez maior e a Seleção passou a controlar o jogo. Além de erros constantes nas recepções e nos saques – com bolas para fora e pisões na linha da quadra, por exemplo – o time verde e amarelo, finalmente, pontuou através de um bloqueio. Mais confiante e menos falho (no segundo set foram apenas três erros), o Brasil fechou a segunda parcial de maneira muito mais positiva em comparação à primeira: 25 a 20.

Gabi mostra a que veio

A presença da atacante na quadra era estrondosa. Com golpes técnicos e muita presença de quadra, o Brasil, em comparação ao momento ruim da virada adversária na primeira parcial, parecia outro time. Ajustado, com bloqueios bem feitos e rapidez nas recepções, tomava a vantagem no placar e somava vantagem no placar, com 6 a 3.

Porém, a Itália utilizava dos pontos fortes e contava com erros pontuais da Seleção para se manter no jogo. Com erros consecutivos do bloqueio brasileiro, e mais uma vez com Mazzaro na recepção, foi capaz de virar a partida, em 11 a 9.

Com piora crescente, a Seleção parecia estar com o emocional afetado. Perdendo lucidez, se deixou abalar pela instabilidade nas viradas de bola de Rosamaria e Roberta e se mantinha em desvantagem, com 18 a 14 no telão.

Confortável na partida, a Itália, mesmo com erros pontuais, não perdia a confiança. Com a estrutura do jogo à favor das italianas, a vantagem era cada vez maior, e o show de bloqueios, após momento ruim, havia voltado.

Com 11 a 3 em bloqueios a vantagem era cada vez maior, e se mantinha, constantemente, em cinco pontos. Com as certeiras batidas na bola de Nwakalor, maior pontuadora da competição entre as presentes em quadra, a Itália fechou a terceira parcial: 25 a 19.

Instabilidade verde e amarela

Apesar da pressão em vencer o set para não sofrer a derrota, a Seleção dava indícios que havia alternado as emoções de acordo com os sets. Com mais um ponto de bloqueio e oportunos movimentos de Gabi e Carol, o Brasil começou bem e abriu quatro pontos de vantagem, com 5 a 1.

Porém, a recepção da equipe brasileira se mantinha instável. Com falhas constantes de jogadoras importantes, os momentos positivos do Brasil, mesmo quando presentes, eram perseguidos de perto por uma parcela de preocupação de instabilidade, principalmente para o técnico Zé Roberto Guimarães, à beira da quadra.

Villani, nome do jogo das italianas, sabia disso. Através da técnica da atacante europeia, a Itália se aproveitava das recepções falhas de Natinha, Carol e Rosamaria, a Itália chegou a empatar a partida, em 10 a 10. No entanto, mais uma vez, a inconstância mostrava momentos positivos. Com acertos consecutivos no ataque, concentração nas recepções e alguns erros das adversárias, conseguiu abrir vantagem de três pontos na liderança, em 18 a 15.

Se o Brasil bloqueava pouco, os que encaixavam, todavia, eram preciosos. Com tentativas consecutivas de bloqueios duplos, o Brasil conseguia conter as investidas das oponentes e mantinha, mesmo ainda com indícios de instabilidade emocional, uma vantagem de três pontos. Natinha, que não vinha bem, também foi fundamental na melhora das recepções brasileiras, para, como consequência, incrementar a virada de bola e fechar o set: 25 a 21 para o Brasil.

No clímax, equilíbrio

Pela primeira vez na partida, o set decisivo havia começado sem um dos lados em domínio pleno. Com um ponto lá, um ponto cá, ambas as equipes soltavam o braço no ataque e pontuavam de forma parelha.

O Brasil, no entanto, diminuía a vantagem negativa no número de bloqueios, e contava com certeiras batidas na bola de Gabi e Rosamaria para estabelecer, embora magra, preciosa vantagem à frente do placar. Mantendo a bola alta, e com muito volume de jogo, a Seleção se mantinha na base da emoção. Agora, com três pontos de vantagem, havia melhorado tanto nas ofensivas, quanto nas recepções e deixava, cada vez mais, as questões emocionais de lado.

A instabilidade parecia, pela primeira vez, ter passado para o lado da Itália. Após pausa na partida para checagens da arbitragem, as italianas voltaram desconectadas à partida e cederam dois pontos em erros de saque. Mesmo após mais seis minutos de paralisação por conta da arbitragem, a Seleção não deixava a peteca cair e, determinada a vencer, bloqueava e atacava como não havia feito durante os momentos ruins da partida. Gabi, então, o nome do jogo brasileiro, sacramentou a vitória brasileira em 15 a 10 na última parcial.

Próximos compromissos

O Brasil, agora, iniciará a preparação para a sequência intensa de partidas. Após a derrota/vitória para a Itália, as comandadas de Zé Roberto Guimarães entrarão em quadra nos próximos dois dias. Na quinta-feira (29), às 7h, enfrentam o Canadá, e na sexta-feira (30), às 10h30, a Turquia.

A Seleção ainda entrará em quadra uma última vez nesta terceira semana, no domingo, também às 10h30, contra as anfitriãs Tailândia. Todas as três partidas acontecerão no mesmo local.

 

Fonte: Correio Braziliense

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Grupo de Notícias