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Júri popular tem desentendimentos e pode se prolongar pela semana em Canoinhas

 

Começou ontem terça-feira, 18, o tribunal do júri que deve decidir pela inocência ou condenação de Nelvir Gadens, agricultor acusado de ser o mandante do assassinato de Claudio Roque Andreczevski Herbst, de 27 anos, executado a tiros no dia 15 de abril de 2021 em uma casa próxima a sede do 3º Batalhão de Polícia Militar de Canoinhas.

A sessão do tribunal do júri teve princípio de discussão entre promotoria e defesa por conta de repetidos questionamentos de um dos advogados à testemunha, perguntando sobre eventos dos quais não participou e pedindo para repetir respostas sobre elementos da cena do crime que levou à morte de Claudio Herbst.

Herbst foi alvejado com pelo menos dez tiros por volta das 19h30 daquele dia, dentro de sua casa. Devido a gravidade dos ferimentos, ele faleceu no dia seguinte. Pouco depois, três pessoas foram presas no Paraná: o possível mandante do crime, Nelvir, o executor e um comparsa. A Polícia Civil afirmou se tratar de um crime passional. Claudio seria namorado de sua ex-companheira. Por ciúmes, ele teria encomendado o crime.

Entretanto, a defesa composta por 10 advogados sustenta que Nelvir Gadens não teve relação com o crime. A defesa é liderada por Cláudio Dalledone Júnior. O advogado tem experiência na área criminal, atuando em casos conhecidos nacionalmente, como o do assassinato de Tatiane Spitzner e do enteado do ex-vereador carioca Dr. Jairinho.

TESTEMUNHAS INTERROGADAS

Ao que tudo indica, o julgamento não deve terminar nesta terça-feira. Apenas as primeiras testemunhas foram ouvidas durante a manhã e a tarde, o que deve estender os trabalhos do tribunal pela semana.

No período da tarde, um investigador da polícia foi interrogado pela promotoria e pela defesa. Foram apontados elementos do local do crime e as últimas palavras da vítima. Segundo o investigador, Herbst teria balbuciado que o atirador seria um homem “baixo e gordo” mas que o mandante seria Nelvir Gadens.

Entretanto, a defesa fez diversos questionamentos acerca da cena do crime, pois fotos anexadas no Boletim de Ocorrência (BO) da Polícia Militar (PM) seriam diferentes daquelas que constam no relatório da Polícia Científica. Neste último, uma das portas da casa estaria fechada e no primeiro, aberta. Dessa forma, os advogados questionavam sobre uma possível modificação da cena do crime, ao que a testemunha presume que as fotos da PM podem ter sido feitas depois dos trabalhos dos peritos.

Entre os questionamentos feitos pela defesa a uma testemunha estava a possível ligação da vítima com facções criminosas com atuação na região. Porém, a testemunha não confirmou as suspeitas levantadas pela defesa, dizendo que não participou do desenrolar da investigação.

DIVERGÊNCIAS

Uma promotora do Ministério Público (MP) evocou questão de ordem no tribunal devido aos recorrentes questionamentos de Dalledone sobre momentos da investigação dos quais a testemunha não participou ou que já havia respondido.

O advogado defendeu que precisava seguir uma linha de raciocínio e teve início uma breve discussão entre acusação e defesa, que foi interrompida pelo juiz Eduardo Veiga Vidal. O magistrado orientou a testemunha a apenas dizer que já respondeu às questões que forem feitas de forma repetida.

PRÓXIMOS PASSOS

Caso o júri não chegue ao fim ainda nesta terça-feira, 18, pode se estender pelos próximos dias até que todas as testemunhas arroladas sejam ouvidas e que o réu seja interrogado.

Qualquer pessoa que tiver interesse em acompanhar o julgamento pode ir ao fórum de Canoinhas.

Por: J+

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