Entrou na pauta do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) em Santa Catarina a duplicação da BR-470 no trecho entre Indaial e Pouso Redondo. A superintendência do órgão tem informado a lideranças do Vale do Itajaí que iniciou os estudos de elaboração do termo de referência para contratar os projetos básico e executivo da obra. Um ofício à Câmara de Vereadores de Blumenau, na semana passada, formalizou a promessa.
Desde 2014, quando o Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) da duplicação foi concluído, o sonhado projeto pouco avançou — seguindo o ritmo das obras nos 73 quilômetros do trecho Navegantes-Indaial, ainda inconclusos. Enquanto isso, o DNIT em Brasília já lançou edital para os projetos de duplicação da BR-282, o que revoltou lideranças do Alto Vale do Itajaí. O trecho da BR-470 ainda excluído da duplicação, de Indaial para cima, tem até cinco vezes mais movimento de veículos do que a BR-282, segundo números do próprio DNIT.
Conforme o ofício enviado à Câmara de Blumenau, uma resposta a questionamentos do vereador Adriano Pereira (PT) sobre o mau estado da rodovia, o trecho em estudo tem 104 quilômetros. Ele atravessa os municípios de Rodeio, Ascurra, Apiúna, Ibirama, Lontras, Rio do Sul, Agronômica, Trombudo Central e Pouso Redondo. O percurso inclui zonas urbanas densas e também uma área acidentada, com a pista seguindo o curso do rio Itajaí-Açu entre as montanhas do Vale.
Neste verão, chuvas pesadas no segmento entre Indaial e Rodeio têm demonstrado a defasagem da infraestrutura da BR-470. No Km 75, o rompimento de um bueiro fez toda a pista ceder, obrigando a interdição da rodovia nos dois sentidos. Houve problemas em diversos pontos no trecho agora em estudo. O DNIT declarou situação de emergência no trecho.
Questionado pela coluna, o DNIT-SC informou que o processo está na etapa de “verificação das premissas constantes no EVTEA da rodovia e complementação com informações técnicas e avaliação do cenário atual e futuro da BR-470“. O que já se sabe é que o novo trecho a ser duplicado será dividido em mais quatro lotes, a exemplo do segmento em obras.
A duplicação saiu da gaveta, o que é uma boa notícia. Porém, o próprio DNIT lembra que a contratação dos projetos e, mais tarde, das obras em si, depende dos planos de Brasília. Leia-se: vontade política para incluir no orçamento federal.
Por: Evandro de Assis / NSC Total