Saúde

Baixa procura da vacina contra a gripe preocupa em Santa Catarina

 

Com pouco menos de um mês de campanha de vacinação contra a gripe, apenas 559.966 pessoas dos grupos prioritários de um total de 3.030.858 se vacinaram contra a doença em Santa Catarina, representando somente 21,45% da cobertura vacinal.

Conforme a Secretaria de Estado da Saúde, os números estão aquém do esperado, já que a meta do Ministério da Saúde é imunizar, pelo menos, 90% das pessoas do grupo prioritário, incluindo idosos, crianças de seis meses a menores de seis anos, gestantes, puérperas, trabalhadores da saúde, população indígena e quilombola, entre outros.

A campanha de vacinação contra a gripe começou em 18 de março, duas semanas antes dos meses tradicionais de campanha (abril e maio), com antecipação anunciada pelo Ministério da Saúde devido ao aumento de casos de doenças respiratórias em todo o país.

A imunização segue até 31 de maio para o grupo prioritário em todos os 295 municípios catarinenses. Para o grupo das crianças, por ser a primeira vacinação, o ideal é tomar duas doses com intervalo de 30 dias, enquanto os outros, de maneira geral, devem tomar apenas uma dose anual.

Apelo à imunização

Conforme a secretária estadual da pasta, Carmen Zanotto, as doenças respiratórias chegaram mais cedo devido às alterações climáticas. O apelo da secretária é para que as pessoas do grupo prioritário aproveitem a campanha, que começou antes do inverno, para se vacinarem.

“Nosso grande apelo é para que o público-alvo compareça à vacinação. São mais de 3 milhões de doses voltadas para essas pessoas, e todos os 295 municípios do Estado têm a vacina. Portanto, pedimos que o público-alvo que precisa e pode ser vacinado vá se imunizar”, diz.

“O imunizante está disponível, e é preciso que saia da rede de frio e vá para o braço daqueles que têm o direito de recebê-lo.”

Questionada sobre a possibilidade de estender a vacinação para o restante da população, a secretária declara que nenhuma decisão pode ser tomada em relação a definições e mudanças de calendários sem acordo com o Ministério da Saúde.

“Estamos discutindo internamente para levar ao Ministério da Saúde. Assim como fizemos com a baixa cobertura dos municípios da região de Joinville para a vacinação contra a dengue, ampliamos para crianças de 10 anos a 14 anos. Abrimos uma discussão para ver se até o final deste mês de abril, meados de maio, se não utilizarmos todas as doses para o público-alvo, podemos abrir às demais populações”, ressalta.

Grupos prioritários

Crianças de 6 meses a 5 anos, 11 meses e 29 dias

Trabalhadores da saúde Gestantes e puérperas (mães até 45 após o parto)

Professores do ensino básico e superior

Povos indígenas e quilombolas

Pessoas com mais de 60 anos

Pessoas em situação de rua

Profissionais das Forças de Segurança e Salvamento

Profissionais das Forças Armadas

Pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais independentemente da idade

Pessoas com deficiência permanente Caminhoneiros

Trabalhadores de transporte coletivo rodoviário para passageiros urbanos e de longo curso

Trabalhadores portuários

População privada de liberdade e funcionários do sistema de privação de liberdade, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos sob medidas socioeducativas.

Vacina é extremamente segura, diz Dive

Para a médica infectologista da Dive (Diretoria de Vigilância Epidemiológica), Regina Valim, pode haver medo de receber a vacina para alguns, mas ela garante a segurança da vacina.

“A vacina não contém o vírus vivo atenuado e não apresenta nenhum risco de a pessoa adoecer ao ser imunizada, sendo extremamente segura. Quando a grávida é vacinada, ela passa o anticorpo protetor para o bebê, que terá essa proteção por cerca de seis meses, até que possa ser vacinado. Já as puérperas conseguem passar os anticorpos pelo leite materno, protegendo também o bebê. Por isso, é muito importante que elas se imunizem”, ressalta.

A médica infectologista ainda reforça a necessidade de o grupo prioritário tomar a vacina antes do período de inverno, para estarem menos vulneráveis quando o vírus começar a circular mais comumente.

“Uma queixa que sempre tivemos é que a campanha de vacinação começava muito próxima ao frio. Idealmente, a vacinação deve começar quando o outono inicia, o que conseguimos fazer este ano. Quando o frio chegar, as pessoas que precisam estarão imunizadas e com os anticorpos funcionando. Precisamos aproveitar que conseguimos trazer a vacina mais cedo desta vez”, explica a médica infectologista.

 

 

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